Ricardo
Soares, jovem de 24 anos, procura Diana, a bela francesa que lhe roubou o
coração, no mesmo dia em que milhares de portugueses se manifestaram contra
quem os rouba até ao último tostão. Esta é a sinopse do filme que o Ricardo
criou e anda a divulgar por este país fora. Felizes daqueles que conseguem
perceber que este rapazinho anda é atrás dos seus 5 minutos de fama (e, graças
a alguns pasquins, jornalistas com pouca capacidade para distinguir o que é ou
não notícia e a ingenuidade de muita malta, está a consegui-los com tanta
facilidade).
A
história criada é igual a tantos fantásticos romances: uma troca intensa de
olhares, umas horas de conversa no Jardim do Príncipe Real e um amor para a
vida. Ela é “lindíssima, loira, cabelos pelos ombros (...) pele branca, olhos
azuis, uma elegância, pronto...muito bela mesmo.”, assim a descreve Ricardo (e
diga-se desde já que esta menina tem os traços mais comuns entre as francesas).
E depois, Paris?!? A sério?! A cidade do amor?! De tantas cidades francesas,
esta “deusa” tinha logo que ser da cidade onde se respira romance e se ignoram
desilusões amorosas. Na minha modesta opinião alguém anda a ignorar a linha que
separa o real e o imaginado.
“Encontra-me
até dia 14 de Outubro, dia em que volto para Paris.”, disse ela antes de
partir. O Ricardo pode até não ter o contacto da mulher da sua vida, pode até
pouco saber desta criatura de beleza rara mas, para a encontrar, só precisa de
uma coisa: ir até ao aeroporto no dia da sua partida. Ela vai ter de passar por
lá. Alguém informe o Ricardo sobre isto e, se não for pedir muito, digam-lhe
para se deixar de filmes e, se o que ele realmente quer é fama, espere pela 4ª edição da Casa dos Segredos.
Andreia Moreira